A decisão da Ford de encerrar a produção de veículos no Brasil, fechando três fábricas, surpreendeu não só os funcionários que perderão seus empregos. A decisão foi interpretada por críticos do governo como um sinal de falta de confiança das empresas no país e na recuperação da economia.
Para o economista Alexandre Chaia, professor do Insper, é preciso considerar que a Ford passa por uma reestruturação mundial.
No entanto, o fato de o Brasil ficar fora das prioridades da companhia enquanto mantém produção em países vizinhos revela como a empresa mantém interesse no mercado brasileiro, mas não quer mais produzir aqui, diz ele em entrevista ao GLOBO.
"Podemos dizer hoje que o Paraguai é mais pró-business que o Brasil".
A marca, que fechou 2020 como a 5ª que mais vendeu carros no país, com 7,14% do mercado, manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o campo de provas e sua sede administrativa para a América do Sul, ambos no estado de São Paulo.
"Com muita tristeza, recebemos esta notícia da Ford. Infelizmente, a crise provocada pela pandemia da covid-19 trouxe consequências ruins para a área da saúde e, também, para a economia, fazendo com que pequenos e grandes negócios se tornem inviáveis. Lamento o fechamento da fábrica e me solidarizo com os trabalhadores." Diz prefeito de Camaçari, cidade onde a fábrica era instalada.
Serão fechadas as fábricas em Taubaté, em Camaçari (BA) e em Horizonte (CE). No país, serão mantidos apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo.
Em comunicado, a marca diz que a decisão foi tomada "à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas".
O Sindicato dos Metalúrgicos convocou todos os trabalhadores para uma assembleia no pátio da empresa no fim da tarde da última segunda. A imprensa não pôde acompanhar. Uma nova assembleia foi marcada para a manhã desta terça-feira (12).
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